domingo, 5 de abril de 2009

Torne-se um herói da vida real


“AMEO” próximo e seja um doador de medula óssea

No ano de 2000 o Ministério da Saúde, estabeleceu um programa possibilitando a realização do transplante de medula óssea entre indivíduos não aparentados. Esse foi o primeiro grande passo dentre todas as dificuldades que eram encontradas ao se realizar uma doação, porém havia mais problemas. Eram insuficientes os números de doadores cadastrados e os leitos para esse tipo de transplante. A população tinha menos conhecimento do que hoje sobre esse procedimento, pois não se via iniciativa do governo a campanhas. Entretanto o transplante de medula era praticamente impossível, segundo informações da AMEO (Associação da Medula Óssea).
Ao acompanhar todas essas dificuldades, profissionais da área da saúde, pacientes e seus familiares se reuniram e organizaram em 2002, no Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a AMEO - que é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), tendo na época apenas 12 mil doadores cadastrados do REDOME (Registro de Doadores de Medula Óssea), de acordo com o site http://www.ameo.org.br/.
Segundo Taís de Souza, hematologista do Hospital Santa Cecília, medula óssea é o tecido encontrado no interior dos ossos, conhecido como “tutano”, nada tem a ver com a medula espinhal e tem a função de produzir as células sanguíneas: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Pessoas com saúde em bom estado e que tenham entre 18 e 55 anos podem fazer doação. Quem possui doenças como leucemia, aplasia de medula óssea ou algumas doenças genéticas necessitam de transplante.
Denise Maknavinicius, coordenadora da ONG (Organização Não Governamental) relata que a pouca divulgação do que é doação de medula faz com que várias pessoas desconheçam que podem ser possíveis doadores, e que a chance de encontrar uma medula compatível é em média de 1 em 100 mil, por isso é necessário um grande número de voluntários registrados no REDOME para que pacientes tenham mais chances de encontrar um doador.
A AMEO faz a divulgação de doação de medula para conscientizar as pessoas do que é o processo, quem pode ser doador, quais as formas, como os pacientes recebem a medula, enfim mobilizar a população para quem sabe salvar mais vidas.
Todos os meses acontecem campanhas móveis para captação de doação de medula em várias cidades. A estudante Letícia Zago mora em Atibaia e lá aconteceu essa mobilização. Como já é doadora de sangue se interessou pela causa e se cadastrou. Depois de 2 anos ela recebeu uma ligação informando que era compatível, e relata:“Na época da doação eu estava numa fase muito difícil e Deus me proporcionou salvar uma vida”.
Kelly Brito, corretora, cerca de 1 ano atrás, recebeu um e-mail de um menino chamado Gabriel pedindo a sua ajuda. Ele tinha leucemia e precisava de um doador. Achando que seria impossível ser compatível com aquele garoto, nem pensou em fazer o teste. Há 1 mês Kelly resolveu jogar seus e-mails fora e leu novamente a mensagem do garoto, que a emocionou. A partir daí criou coragem e foi até a Santa Casa de Misericórdia informar-se. Lá conheceu várias pessoas em tratamento e logo animou-se em fazer o cadastro para doação. “O importante agora é saber que a qualquer momento meu telefone irá tocar me avisando que salvarei uma vida”, diz Kelly.
Mirna Ayumi, 14 anos, recebeu medula óssea de um doador não aparentado cadastrado no REDOME. "As minhas chances de encontrar um doador compatível no Brasil eram de uma em um milhão, e consegui. Alguém iluminado, com grande espírito de solidariedade e amor ao próximo se cadastrou como doador e salvou minha vida. Meu sentimento é de imensa gratidão e alegria. Obrigada a todos os doadores voluntários, vocês estão doando amor, esperança e vida a todos nós!”
Segundo a ONG, até março de 2008 foram cadastrados diretamente 140 mil doadores. Hoje no Redome, o número é ainda maior, e chega há 980 mil.

Priscila Gomes